Amarelo Jaune

quinta-feira, 20 de setembro de 2007

Da passarela para a loja : medo da rua !







Todo mundo aqui sabe que “algumas” marcas brasileiras simplesmente absorvem a tendência internacional sem adaptar a moda à realidade do país. Isso não é novidade: desde a época do Império aprendemos a olhar para a Europa, como um exemplo de civilização, e adotar modas sem pensar na sua inadequação para os trópicos.

Isso tudo pode até ser aceitável, já que vivemos em um mundo globalizado, quando se trata de um desfile mais conceitual cujas peças serão editadas e adaptadas para algo mais "comercial”. O que me assusta é quanto a equipe de estilo resolve enlouquecer e colocar na loja peças que não se adequam ao público alvo da marca. Uma coisa é uma Maria Bonitona, por exemplo, ter peças ditas conceituais que estão lá para serem compradas por quem sabe usar, outra coisa é uma Cantão, por exemplo, vender algo que as clientes poderão interpretar erroneamente. Não é a proposta da marca e nem do público comprar tendências difíceis!

Um exemplo disso é a tal calça jeans justa com a cintura altíssima. Ela está na vitrine de todas lojas teen. Sem preconceitos (ou não), mas você realmente acha que uma típica adolescente carioca vai saber usar uma calça dessas???? Medo de ver coisas bizarras em Ipanema. Afinal, essa é uma peça que exige tronco longo e mulheres magras, o que não é exatamente o tipo da brasileira. E aquele tipo de roupa que precisa ter uma postura especifica para segurar o look. É o velho dilema que citei no post aqui. sobre a importância da pessoa que veste a roupa. Já viu o que vai aparecer por ai, ne?

Apesar de tudo, fiquei muito feliz com a matéria da última edição do Ella (por Carolina Isabel Novaes e Melina Dalbone), em vários profissionais da área davam dicas de como usar e quem não pode aderir a algumas das tendências mais vistas (e complicadas) nas passarelas brasileiras como a hot pant e o balonê. Parabéns Patricia. Esta edição, inclusive, estava toda muito bacana.

Assim, já que as marcas não se preocupam com o resultado de sua moda na rua (o interesse talvez se reduza até a peça sair da loja), acredito que cabe a nós, jornalistas, informar o leitor sobre os perigos e possibilidades dos últimos e tentadores lançamentos.

Espero que todas leiam a matéria do Ella.

Um comentário:

Anônimo disse...

isso é quando a fashion victim não só ataca os consumidores, mas as próprtias marcas!